quinta-feira, 17 de maio de 2012

DEFININDO AS MOLDURAS PARA SUAS OBRAS


COLUNA ARTE NA PAREDE
Mariana Barbosa
A escolha de uma obra de arte para finalizar a decoração de um ambiente deve estar de acordo com o estilo adotado na decoração: a composição dos móveis, adornos e obras de arte devem possuir uma harmonia visual. Da mesma maneira deve ser feita a eleição da moldura que encabeçará tal obra. Uma moldura poderá valorizar ainda mais o trabalho do artista, potencializando seu efeito visual no espaço.
Primeiramente é importante definir em qual parede o quadro será colocado, se ele ficará só ou ladeado por outras obras, enfim, imaginar a composição final da parede. Fazendo esta simulação é importante estar atento à relação entre a dimensão da parede e a dimensão da obra ou das obras a serem colocadas, trabalhando sempre com proporções para que um quadro pequeno não fique “perdido” em uma enorme parede, ou que uma composição muito grande perca sua beleza por ficar “apertada” em um pequeno espaço.
FIGURA 1

A proporção entre a dimensão do quadro e o espaço entre as duas portas ficou harmônico. A utilização de um passe-partout branco evidenciou o colorido da obra, enquanto que a aplicação de uma moldura clássica compôs com o estilo da residência.

Se a obra vai ser colocada sozinha na parede, o mais importante é que a moldura esteja em sintonia com a própria obra: molduras claras tendem a acentuar o colorido das obras, molduras escuras compõe com quadros em tons suaves e neutros. Além disso, deve-se determinar a largura de uma moldura de acordo com a dimensão da parede a ser colocada, já que podemos com esta peça ajustar a dimensão da obra à dimensão da parede. Uma obra pequena pode ser expandida pela colocação de uma larga moldura a fim de ficar proporcional ao espaço de uma parede grande, ou se a obra é pouco menor do que o espaço de parede a que se destina é preciso escolher uma moldura delicada que mantenha uma proporção agradável entre obra e parede.
FIGURA 2
Nesta pequena circulação, foi escolhida uma moldura mais larga para adequar o tamanho da obra à parede. A moldura lisa e de cor branca destacou o colorido das flores, além de imprimir um estilo moderno á obra.

            Se estivermos escolhendo molduras para diversas obras que serão colocadas em composição em uma parede, além de estar atento à composição do quadro com a sua própria moldura temos que nos concentrar em combinar as diferentes molduras dos quadros. Escolher uma mesma moldura para todos os quadros da composição nem sempre dá um bom resultado, o melhor é verificar qual moldura se encaixa em cada quadro e buscar uma harmonia entre as diferentes molduras. 
Composição de paisagens em um ambiente clássico: O quadro da direita foi emoldurado em tom dourado já que o quadro possui tons vibrantes de amarelo. Desta maneira a pintura foi valorizada e compôs com o estilo clássico. Os outros dois quadros da composição foram emoldurados com peças de cores complementares entre si, finalizando a composição.
FIGURA 3

As obras contemporâneas nem sempre requisitam a utilização de molduras. Alguns artistas utilizam a lateral da obra para dar continuidade ao trabalho, já servindo de acabamento final da obra. Outros trabalhos são criados como verdadeiras peças escultóricas com  a sobreposição de formatos e diferentes tamanhos, não tendo a necessidade de serem envoltos por algum tipo de acabamento; ou ainda  outros que são criados com a exploração de recortes geométricos na própria obra, o que dispensa a colocação de uma moldura.
FIGURA 4
 Exemplo de obra contemporânea: a artista Danielle Jacob fez o acabamento lateral do quadro em continuidade com a composição frontal, não sendo necessária a aplicação de moldura. Os tons quentes da obra aparecem em contraste com os outros elementos do ambiente.

 FIGURA 5
Outro exemplo de obra contemporânea onde a artista Patrícia Azoni trabalha com uma composição geométrica em diferentes volumetrias e recortes.

            Enfim, o importante é que a composição moldura-obra tenha um equilíbrio, que a moldura não se sobreponha à própria obra e principalmente que seja um elemento de transição obra-parede, não significando uma homogeneidade, em alguns casos a harmonia se faz necessária, e em outros o contraste.

 FIGURA 6

Nesta gravura contemporânea do artista Rodrigo de Haro,  a moldura composta por “passe-partout” branco e filete preto da continuidade ao trabalho nestas mesmas cores. A borda preta contrasta com o fundo claro da parede.

Mariana Barbosa Arquitetura.
Rua Padre Agostinho, 1030 -Mercês
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