COLUNA ARTE NA PAREDE
Mariana Barbosa
A escolha de uma obra de arte para finalizar
a decoração de um ambiente deve estar de acordo com o estilo adotado na
decoração: a composição dos móveis, adornos e obras de arte devem possuir uma
harmonia visual. Da mesma maneira deve ser feita a eleição da moldura que encabeçará
tal obra. Uma moldura poderá valorizar ainda mais o trabalho do artista,
potencializando seu efeito visual no espaço.
Primeiramente é importante definir em qual
parede o quadro será colocado, se ele ficará só ou ladeado por outras obras,
enfim, imaginar a composição final da parede. Fazendo esta simulação é
importante estar atento à relação entre a dimensão da parede e a dimensão da
obra ou das obras a serem colocadas, trabalhando sempre com proporções para que
um quadro pequeno não fique “perdido” em uma enorme parede, ou que uma
composição muito grande perca sua beleza por ficar “apertada” em um pequeno
espaço.
FIGURA 1 |
A proporção entre a dimensão do quadro e o
espaço entre as duas portas ficou harmônico. A utilização de um passe-partout
branco evidenciou o colorido da obra, enquanto que a aplicação de uma moldura
clássica compôs com o estilo da residência.
Se a obra vai ser colocada sozinha na parede,
o mais importante é que a moldura esteja em sintonia com a própria obra: molduras
claras tendem a acentuar o colorido das obras, molduras escuras compõe com
quadros em tons suaves e neutros. Além disso, deve-se determinar a largura de
uma moldura de acordo com a dimensão da parede a ser colocada, já que podemos
com esta peça ajustar a dimensão da obra à dimensão da parede. Uma obra pequena
pode ser expandida pela colocação de uma larga moldura a fim de ficar
proporcional ao espaço de uma parede grande, ou se a obra é pouco menor do que
o espaço de parede a que se destina é preciso escolher uma moldura delicada que
mantenha uma proporção agradável entre obra e parede.
FIGURA 2 |
Nesta pequena circulação, foi
escolhida uma moldura mais larga para adequar o tamanho da obra à parede. A moldura
lisa e de cor branca destacou o colorido das flores, além de imprimir um estilo
moderno á obra.
Se estivermos
escolhendo molduras para diversas obras que serão colocadas em composição em
uma parede, além de estar atento à composição do quadro com a sua própria
moldura temos que nos concentrar em combinar as diferentes molduras dos
quadros. Escolher uma mesma moldura para todos os quadros da composição nem
sempre dá um bom resultado, o melhor é verificar qual moldura se encaixa em
cada quadro e buscar uma harmonia entre as diferentes molduras.
Composição de paisagens em um
ambiente clássico: O quadro da direita foi emoldurado em tom dourado já que o
quadro possui tons vibrantes de amarelo. Desta maneira a pintura foi valorizada
e compôs com o estilo clássico. Os outros dois quadros da composição foram
emoldurados com peças de cores complementares entre si, finalizando a
composição.
FIGURA 3 |
As obras contemporâneas nem sempre requisitam
a utilização de molduras. Alguns artistas utilizam a lateral da obra para dar
continuidade ao trabalho, já servindo de acabamento final da obra. Outros
trabalhos são criados como verdadeiras peças escultóricas com a sobreposição de formatos e
diferentes tamanhos, não tendo a necessidade de serem envoltos por algum tipo
de acabamento; ou ainda outros que são
criados com a exploração de recortes geométricos na própria obra, o que dispensa
a colocação de uma moldura.
FIGURA 4 |
Exemplo de obra
contemporânea: a artista Danielle Jacob fez o acabamento lateral do quadro em
continuidade com a composição frontal, não sendo necessária a aplicação de
moldura. Os tons quentes da obra aparecem em contraste com os outros elementos
do ambiente.
FIGURA 5 |
Outro exemplo
de obra contemporânea onde a artista Patrícia Azoni trabalha com uma composição
geométrica em diferentes volumetrias e recortes.
Enfim, o importante é que a
composição moldura-obra tenha um equilíbrio, que a moldura não se sobreponha à
própria obra e principalmente que seja um elemento de transição obra-parede,
não significando uma homogeneidade, em alguns casos a harmonia se faz
necessária, e em outros o contraste.
FIGURA 6 |
Nesta gravura
contemporânea do artista Rodrigo de Haro,
a moldura composta por “passe-partout” branco e filete preto da
continuidade ao trabalho nestas mesmas cores. A borda preta contrasta com o
fundo claro da parede.
Mariana Barbosa Arquitetura.
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